Neste blogue vou publicar contos integrais e outros textos, muitas vezes acompanhados de ficha de aferição de leitura. É essencial que os alunos leiam. Às vezes é necessário que os professores "eduquem" os gostos dos seus alunos e aqui ficam alguns materiais que irei publicando conforme puder. Além de textos integrais, podem encontrar centenas de fichas de trabalho e testes com soluções (os do secundário seguem a estrutura do exame nacional).
textosintegrais@gmail.com
Sei que há muita gente que consulta este blogue e utiliza os materiais aqui publicados, mas poucos deixam comentários e eu gostava mesmo de saber a vossa opinião... :-) textosintegrais@gmail.com
quinta-feira, 31 de janeiro de 2013
quarta-feira, 30 de janeiro de 2013
segunda-feira, 28 de janeiro de 2013
sábado, 26 de janeiro de 2013
Teste de 11º ano sobre Sermão de Sto Antonio- com correção
Outra cousa muito geral, que não
tanto me desedifica, quanto me lastima em muitos de vós é aquela tão notável
ignorância e cegueira que em todas as viagens experimentam os que navegam para
estas partes. Toma um homem do mar um anzol, ata-lhe um pedaço de pano cortado
e aberto em duas ou três pontas, lança-o por um cabo delgado até tocar na água,
e em o vendo o peixe, arremete cego a ele e fica preso e boqueando, até que,
assim suspenso no ar, ou lançado no convés, acaba de morrer. Pode haver maior
ignorância e mais rematada cegueira que esta? Enganados por um retalho de pano,
perder a vida?
Dir-me-eis que o mesmo fazem os
homens. Não vo-lo nego. Dá um exército batalha contra outro exército, metem-se
os homens pelas pontas dos piques, dos chuços e das espadas, e porquê? Porque
houve quem os engodou e lhes fez isca com dois retalhos de pano. A vaidade
entre os vícios é o pescador mais astuto e que mais facilmente engana os
homens. E que faz a vaidade? Põe por isco na ponta desses piques, desses chuços
e dessas espadas dois retalhos de pano, ou branco, que se chama hábito de
Malta, ou verde, que se chama de Avis. ou vermelho, que se chama de Cristo e de
Santiago; e os homens, por chegarem a passar esse retalho de pano ao peito, não
reparam em tragar e engolir o ferro. E depois que sucede? O mesmo que a vós. O
que engoliu o ferro, ou ali, ou noutra ocasião ficou morto; e os mesmos
retalhos de pano tornaram outra vez ao anzol para pescar outros.
Por este exemplo vos concedo,
peixes, que os homens fazem o mesmo que vós, posto que me parece que não foi
este o fundamento da vossa resposta ou escusa, porque cá no Maranhão, ainda que
se derrame tanto sangue, não há exércitos, nem esta ambição de hábitos.
Mas nem por isso vos negarei que
também cá se deixam pescar os homens pelo mesmo engano, menos honrada e mais
ignoradamente. Quem pesca as vidas a todos os homens do Maranhão, e com quê? Um
homem do mar com uns retalhos de pano. Vem um mestre de navio de Portugal com
quatro varreduras das lojas, com quatro panos e quatro sedas, que já se lhes
passou a era e não têm gasto; e que faz? Isca com aqueles trapos aos moradores
da nossa terra: dá-lhes uma sacadela e dá-lhes outra, com que cada vez lhes
sobe mais o preço; e os bonitos, ou os que querem parecer, todos esfaimados aos
trapos, e ali ficam engasgados e presos, com dívidas de um ano para outro ano,
e de uma safra para outra safra, e lá vai a vida. Isto não é encarecimento.
Todos a trabalhar toda a vida, ou na roça, ou na cana, ou no engenho, ou no
tabacal; e este trabalho de toda a vida, quem o leva? Não o levam os coches,
nem as liteiras, nem os cavalos, nem os escudeiros, nem os pajens, nem os
lacaios, nem as tapeçarias, nem as pinturas nem as baixelas, nem as jóias; pois
em que se vai e despende toda a vida? No triste farrapo com que saem à rua, e
para isso se matam todo o ano.
Não
é isto, meus peixes, grande loucura dos homens com que vos escusais? Claro está
que sim; nem vós o podeis negar. (…)Vede o vosso Santo António, que pouco o
pode enganar o Mundo com essas vaidades. Sendo moço e nobre, deixou as galas de
que aquela idade tanto se preza, trocou-as por uma loba de sarja e uma correia
de cónego regrante; e depois que se viu assim vestido, parecendo-lhe que ainda
era muito custosa aquela mortalha, trocou a sarja pelo burel e a correia pela
corda. Com aquela corda e com aquele pano, pescou ele muitos, e só estes se não
enganaram e foram sisudos.
1.
Situa
o excerto na estrutura externa e interna do sermão.
2.
A
cegueira, equivalente à ignorância, é o grande defeito aqui apontado aos
peixes. Como é esse defeito exemplificado?
3.
“Dir-me-eis
que o mesmo fazem os homens. Não vo-lo nego.”
No segundo parágrafo, é feita uma
analogia com os homens. Explicita-a.
4.
No
mesmo parágrafo, é apontada a razão da cegueira dos homens. Qual é e como se
manifesta?
5.
“(…)
também cá se deixam pescar os homens pelo mesmo engano, menos honrada e mais
ignorantemente.”
Interpreta e justifica a afirmação
transcrita.
Correção
1.
A nível da estrutura externa, este excerto situa-se no capítulo IV do Sermão de Santo António aos Peixes.
Quanto à estrutura interna, situa-se na Exposição.
2.
A cegueira dos peixes é exemplificada quando se verifica a facilidade com que
se deixam enganar por um pedaço de pano.
3.
Tal como os peixes, também os homens se deixam atrair por iscos enganadores: as
honrarias e distinções sociais.
4.
É a vaidade o “pescador mais astuto dos homens”, vício que os engana facilmente,
levando-os a arriscar e a perder as suas vidas, não por altruísmo ou causas
nobres, mas pela recompensa fútil.
5.
Os peixes são cegos, ignorantes, quando se deixam engodar e matar por um pedaço
de pano, que tomam por alimento. No entanto, os homens revelam ainda maior
ignorância e menos honradez, quando o que os move e os engoda é a aparência.
sexta-feira, 25 de janeiro de 2013
50 perguntas de escolha múltipla para verificar a leitura de O Cavaleiro da Dinamarca- com correção
1. Onde fica situada a Dinamarca?
a) No norte da Europa.
b) No centro da Europa.
c) No sul da Europa.
2. Na Dinamarca, os pinheiros
sobressaem na floresta porque
a) são muito altos.
b) não perdem as suas folhas.
c)
ficam
despidos no inverno.
3. O cavaleiro morava numa floresta
cheia de
a) carvalhos, sobreiros, pinheiros e
bétulas.
b) cedros, pinheiros, tílias e
carvalhos.
c) pinheiros, tílias, abetos e
carvalhos.
4. O cavaleiro vivia
a) no cimo de um outeiro rodeado de
flores.
b) numa clareira rodeada de bétulas.
c) numa pequena ilha no meio de um
rio.
5. Em frente da sua casa estava
a) um lago tranquilo cheio de peixes.
b) a árvore mais alta da floresta.
c) a casa de uns lenhadores seus
amigos.
6. Para a família do Cavaleiro, a
maior festa do ano era
a) a Páscoa.
b) o Carnaval.
c) o Natal.
7. Naquele ano, o cavaleiro anunciou
que
a) estava doente, pelo que ia em
peregrinação a Jerusalém.
b) ia passar a próxima noite de natal
a rezar na gruta onde Jesus nasceu.
c) iria visitar o seu irmão doente.
8. Segundo os cálculos do Cavaleiro,
este regressaria a casa
a) no ano seguinte.
b) dezoito meses depois.
c) dali por dois anos.
9. A viagem de ida do Cavaleiro
a) decorreu sem contratempos.
b) foi difícil e demorada.
c) permitiu-lhe ouvir muitas estórias.
10. O cavaleiro fez a viagem
a) toda por mar.
b) por terra.
c) a cavalo.
11. Ao chegar à Palestina, o cavaleiro seguiu para
Jerusalém
a) onde conheceu o Mercador de Veneza.
b) ouviu a estória de Dante.
c) com outros peregrinos.
12. Na noite de Natal, o Cavaleiro julgou ouvir
a) um coro de anjos.
b) um grupo de pastores.
c) campainhas celestes.
13. Passado o Natal, o Cavaleiro ficou na
Palestina
a) até o inverno passar.
b) três dias.
c) mais dois meses.
14. No porto de Jafa teve de
a) aguardar pelo bom tempo.
b) ficar internado por ter muita
febre.
c) pedir ajuda a um banqueiro rico.
15. A caminho da Itália,
a) o Cavaleiro conheceu Pêro Dias.
b) o barco foi apanhado por uma
tempestade.
c) assistiu ao naufrágio de um navio.
16. Na Itália, o Cavaleiro desembarcou em
a) Veneza.
b) Ravena.
c) Ferrara.
17. O Cavaleiro aceitou o convite do Mercador e
a) foi jantar a sua casa.
b) seguiu com ele para Veneza.
c) foi visitar igrejas e palácios.
18. O Mercador contou ao Cavaleiro a estória de
a) Dante e Beatriz.
b) Giotto e Cimabué.
c) Vanina e Guidobaldo.
19. O Cavaleiro permaneceu na casa do Mercador
durante
a) três dias.
b) cinco dias.
c) nove dias.
20. O Mercador deu ao Cavaleiro
a) algumas moedas de ouro para a
viagem de regresso a casa.
b) um cavalo e cartas de apresentação.
c) um mapa da Europa.
21. Aconselhado pelo seu novo amigo, o
peregrino decidiu
a) parar em Florença durante três
semanas.
b) voltar dali a três anos.
c) fazer a viagem por terra até
Génova.
22. O Cavaleiro chegou a Florença
a) no início de fevereiro.
b) no início de abril.
c) no início de maio.
23. Aí, ficou hospedado em casa de um amigo do Mercador,
um Banqueiro chamado
a) Averardo.
b) Jacob Orso.
c) Michelangelo.
24. Na casa do Banqueiro, o peregrino ficou
espantado com
a) as canções que ouviu.
b) o telescópio que ele possuía.
c) os temas de conversa.
25. O Banqueiro contou-lhe
a) uma estória.
b) duas estórias.
c) três estórias.
26. Uma das maiores figuras da Literatura daquela
cidade foi
a) Guidobaldo.
b) Giotto.
c) Dante.
27. Giotto ficou conhecido pois foi
a) o primeiro pintor de Itália.
b) o maior pintor da Europa.
c) descoberto por Cimabué.
28. Dante foi ter com Beatriz, auxiliado por
a) Virgílio.
b) Homero.
c) Elias.
29. Beatriz encontrava-se no Paraíso Terrestre,
que se situa
a) a seguir ao Inferno.
b) ao lado do Purgatório.
c) por cima do Purgatório.
30. Aí, Dante encontrou a sua amada
a) entre bosques, fontes e flores.
b) rodeada de animais selvagens.
c) a tocar harpa em conjunto com
outras almas.
31. Beatriz mandou chamar Dante para lhe pedir
a) que fosse falar com o deus dos
mortos para a deixar regressar.
b) que emendasse o seu comportamento.
c) que buscasse o livro sagrado ao
Purgatório.
32. Depois de Florença, o Cavaleiro dirigiu-se
para Génova, mas, perto do fim,
a) foi assaltado por malfeitores.
b) o cavalo morreu, exausto.
c) adoeceu.
33. Aí, o Cavaleiro foi pedir ajuda
a) a um convento.
b) a um palácio cor-de-rosa.
c) à mansão dos duques.
34. Esse contratempo fê-lo atrasar-se quanto
tempo?
a) Um mês e meio.
b) Dois meses e meio.
c) Três meses e meio.
35. Quando, finalmente, chegou a Génova,
a) soube, por carta, que a mulher
estava doente.
b) decidiu permanecer três dias a
visitar a cidade.
c) os barcos já tinham partido.
36. Então, o cavaleiro decidiu
a) viajar até à Flandres por terra.
b) falar com um armador que o levasse
à Dinamarca.
c) ir à igreja rezar.
37. Em Antuérpia, o Cavaleiro ficou hospedado em
casa de um
a) mercador gaulês.
b) navegador português.
c) negociante flamengo.
38. Nessa casa, ouviu uma estória de
a) amor impossível.
b) morte e frustração.
c) fadas e feiticeiros.
39. Um capitão de um navio trouxe três cofres que
continham
a) prata, ouro e marfim.
b) ouro, incenso e mirra.
c) ouro, pérolas e pimenta.
40. Quando o Cavaleiro disse ao seu anfitrião que
ia partir, este
a) revelou a sua tristeza pela partida do peregrino.
b) convidou-o a ficar.
c) desejou-lhe boa sorte.
41. O cavaleiro decidiu seguir viagem por terra e
chegou à sua floresta do dia
a) 23 de novembro.
b) 24 de novembro.
c) 25 de novembro.
42. Na floresta, o cavaleiro sentiu-se como se
estivesse num
a) local familiar.
b) sítio misterioso.
c) labirinto.
43. O Cavaleiro percebeu que não estava perdido
quando
a)
avistou
o rio que passava perto da sua casa.
b)
viu
a casa do lenhador seu vizinho.
c)
viu
marcas de trenós na neve.
44. Segundo o cavaleiro, não correria perigo pois
a) na noite de Natal os animais não
atacam os homens.
b) sabia o caminho para casa de olhos
fechados.
c) a intensidade da neve estava a
diminuir.
45. Alguns animais vieram ao encontro do
cavaleiro. Quais?
a) Esquilos, lobos e corujas.
b) Lobos e um urso.
c) Leões da montanha e um falcão.
46. Para não se perder, o peregrino
a) seguiu o rasto de um cavalo.
b) guiou-se pela estrela polar.
c) seguiu o rio.
47. Quando deixou de ver e de ouvir o que quer que
fosse, que fez o Cavaleiro?
a) Chorou.
b) Fez um desvio.
c) Rezou.
48. Ao ver uma luz, o peregrino pensou que se
tratava
a) do lume da chaminé da sua casa.
b) da fogueira de um lenhador perdido
na neve, como ele.
c) da sua família que vinha ao seu
encontro.
49. Ao aproximar-se, o Cavaleiro percebeu que se
tratava do abeto mais alto da floresta que
a) tinha sido iluminado por anjos.
b) tinha sido cortado e ardia para o
guiar até casa.
c) estava todo iluminado pelo luar.
50. Nesta obra, a viagem simboliza
a) a imortalidade.
b) a fuga às responsabilidades.
c) a capacidade de o Homem vencer os
obstáculos.
Correção
1-a
|
2-b
|
3-c
|
4-b
|
5-b
|
6-c
|
7-b
|
8-c
|
9-a
|
10-a
|
11-c
|
12-a
|
13-c
|
14-a
|
15-b
|
16-b
|
17-b
|
18-c
|
19-a
|
20-b
|
21-c
|
22-c
|
23-a
|
24-c
|
25-b
|
26-c
|
27-c
|
28-a
|
29-c
|
30-a
|
31-b
|
32-c
|
33-a
|
34-b
|
35-c
|
36-a
|
37-c
|
38-b
|
39-c
|
40-b
|
41-b
|
42-c
|
43-c
|
44-a
|
45-b
|
46-c
|
47-c
|
48-b
|
49-a
|
50-c
|
A
professora: Lucinda Cunha
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